O ministro da Fazenda, Guido Mantega afirmou hoje, ao comentar o resultado do lucro líquido do Banco do Brasil no primeiro semestre, que a estratégia adotada pelos bancos públicos de aumentar a oferta de crédito e reduzir as taxas juros foi uma dos principais responsáveis pela recuperação rápida da economia brasileira. “Os bancos públicos foram mais agressivos na liberação do crédito, foram em busca de clientes e reduziram as taxas de juros.”Segundo o ministro, o crédito dos bancos oficiais cresceu 25% no período, contra 2% a 2,5% dos bancos privados “Isso mostra que nem sempre dá certo aquela tática dos bancos privados de emprestaram menos e subiram o spread”, disse Mantega. Ele observou que os bancos públicos, ao adotarem método oposto, tomaram mercado das instituições privadas. “É bom que os bancos privados se acautelem, porque senão podem perder mais mercado, porque os bancos públicos estão atuando com mais eficácia”, observou.Mantega enfatizou que o amento de crédito do Banco do Brasil se dá com um nível de inadimplência menor do que o setor financeiro. “Portanto, não há nenhuma irresponsabilidade sendo cometida. Esse desempenho se dá dentro dos padrões de eficiência, com responsabilidade e mostra que estava certa nossa estratégia. É uma lição para os bancos privados, ou seja, é melhor você lucrar dando mais crédito do que aumentando taxas de juros”.Na avaliação do ministro, os bancos privados estão equivocados ao insistirem em manter as taxas de juros elevadas e não estão contribuindo para a retomada do crescimento da economia. A outra vantagem, continuou o titular da Fazenda, é que os bancos públicos estarão pressionando cada vez mais os privados, fazendo concorrência. “É bom que os bancos privados acordem, porque daqui a pouco eles vão ter fatias menores do mercado”.Conforme o resultado divulgado hoje, os ativos do BB atingiram R$ 598 bilhões no segundo trimestre de 2009, ultrapassando o Itaú Unibanco e, desta forma, volta a ser o maior banco do País. De abril a junho, o Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 2,348 bilhões, um crescimento de 42,8% sobre o mesmo período de 2008, e de 41% em relação ao primeiro trimestre do ano. As receitas de operações de crédito totalizaram R$ 18,5 bilhões no 1º semestre, alta de 32,7% em relação ao mesmo período no ano anterior, acompanhando o crescimento da carteira de crédito.No semestre, o lucro líquido do BB totalizou R$ 4,014 bilhões, alta de 0,55% ante o mesmo período de 2008. Excluindo os efeitos extraordinários, o lucro recorrente atingiu R$ 3,250 bilhões no semestre, montante 7,5% superior ao observado no mesmo intervalo do ano passado.Varejo – O ministro Guido Mantega também comemorou o resultado do comércio varejista, que cresceu 5,6% em junho deste ano, na comparação com junho de 2009. Já o comércio varejista ampliado (incluindo o setor automobilístico e de material de construção) registrou aumento de 10,2% em relação a junho do ano passado. “Foi um excelente resultado”, comentou. No segundo trimestre de 2009 ante o segundo trimestre de 2008, o crescimento foi de 5,2%.Para o ministro, os números mostram que o Brasil tem um mercado consumidor robusto e que mercado forte também está mantendo a reativação da economia brasileira. “Com este resultado, que fecha o primeiro semestre, nós podemos dizer que o Brasil já está superando a crise econômica mundial e está saindo dela fortalecido. E um dos vetores importantes desta retomada é o consumidor”.Mantega disse que na reunião de ontem do Grupo de Acompanhamento da Crise, “que alguns já estão chamando de pós-crise”, os representantes de todos os setores da economia (bens de capital, alimentício, automobilístico, têxtil, construção civil, entre outros) afirmaram estar apresentando sinais de recuperação.Conforme o ministro da Fazenda, mesmo segmentos mais dependentes do mercado externo, como o siderúrgico, que ampliou de 50% para 70% a utilização capacidade instalada, estão dando sinais de vitalidade.Ele citou ainda que o setor automobilístico encerrou os sete primeiros meses do ano com crescimento de 2,4% nas vendas na comparação com janeiro a julho de 2008. “Isso demonstra que as políticas de redução tributária e de recomposição do crédito, especialmente por parte dos bancos públicos, a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de financiamento foram bem sucedidas”, salientou.Guido Mantega voltou a afirmar que o Brasil, diferentemente de outros países que estão com déficit fiscal elevado e dívida pública crescente, sairá fortalecido da crise. “Temos a dívida pública sob controle, apesar do pequeno crescimento em 2009, e o nosso déficit vai ser menor entre os países do G-20. Então temos condições de dar continuidade ao processo de crescimento da economia”.
domingo, 25 de outubro de 2009
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