Alemanha pretende diversificar investimentos no Brasil

Potencial ambiental e sustentável do país gera novos focos de interesse e setores de atuação

Uma nova onda de investimentos alemães está começando a ocorrer no Brasil. Antes da Segunda Guerra, os investimentos concentravam-se na área comercial. No pós-guerra, os alemães passaram a investir prioritariamente na área industrial (a década de 50, por exemplo, foi marcada pela chegada das montadoras). Atualmente, os interesses se voltam para novos setores de atuação, em especial na área de produtos e tecnologias sustentáveis, configurando uma terceira onda de investimentos. “Infraestrutura, biocombustíveis e agroindústria são alguns dos setores com espaço para parcerias e acordos de cooperação bilateral”, ressalta Thomas Timm, vice-presidente executivo da Câmara Brasil-Alemanha. Com um volume acumulado de investimentos diretos de US$ 25 bilhões, a Alemanha é o terceiro maior investidor estrangeiro no Brasil. O país é o principal mercado alemão na América Latina. Em 2008, a balança comercial bilateral movimentou US$ 17,7 bilhões – US$ 8,9 bilhões em exportações do Brasil para a Alemanha e US$ 8,8 bilhões referentes às importações brasileiras. Para 2009, a previsão é que corrente comercial entre os dois países some US$ 18,8 bilhões, sendo US$ 9,1 bilhões do Brasil para a Alemanha e US$ 9,7 bilhões de exportações alemãs para o Brasil. A Alemanha é o quinto país para o qual o Brasil mais exporta e o quarto na lista dos países dos quais o Brasil mais importa, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Argentina. As cerca de 1.200 empresas alemãs instaladas no Brasil respondem por 8% do PIB industrial brasileiro e empregam aproximadamente 250 mil pessoas. O peso das exportações brasileiras para a Alemanha concentra-se em matérias-primas (minério de ferro) e também em produtos ligados ao agronegócio: carne, café e suco de laranja, entre outros. Já o Brasil importa da Alemanha produtos com maior valor agregado, como máquinas e equipamentos, eletrônicos e autopeças.