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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Programa CIBERS CHINA / BRASIL


CBERS-2 completa 5 anos em órbita

Em 21 de outubro de 2003, do Centro de Lançamento de Taiyuan, na China, foi colocado em órbita o segundo satélite do Programa CBERS. Embora sua vida útil tenha sido projetada para dois anos, o CBERS-2 ainda mantém uma de suas três câmeras em operação, a CCD. Em conjunto com o CBERS-2B, lançado há um ano, pela primeira vez o Brasil conta com dois instrumentos próprios para vigiar o seu território com melhor capacidade e freqüência de observação.

O Programa CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) teve início há 20 anos com a assinatura do acordo de cooperação entre o Brasil e a China. A parceria garantiu a ambos o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto, estratégica para monitorar desmatamentos, áreas agrícolas e o desenvolvimento urbano.

Já foram lançados três satélites no âmbito deste Programa. O terceiro, o CBERS-2B, em 19 de setembro de 2007. E o primeiro satélite, o CBERS-1, foi lançado em 14 de outubro de 1999 e operou com sucesso por quase quatro anos, até agosto de 2003.

A missão de desenvolver e construir satélites no Brasil cabe ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Na China, o programa está sob a responsabilidade da Chinese Academy of Space Technology (CAST).

Os dois primeiros CBERS são idênticos em sua constituição técnica e cargas úteis, com três câmeras: CCD, WFI e IRMSS. No CBERS-2B foi colocada uma câmara de alta resolução, a HRC, que produz imagens com 2,7 metros de resolução espacial, em substituição a IRMSS, e foram mantidas as câmaras CCD, de resolução espacial de 20 metros, e WFI, com 250 metros de resolução. Para os CBERS 3 e 4, a evolução será mais significativa e tanto os imageadores como a própria estrutura do satélite serão mais sofisticados.

Imagens gratuitas
O CBERS fez do Brasil o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo. Além dos usuários brasileiros, as imagens CBERS são fornecidas gratuitamente para países da América do Sul que estão na abrangência das antenas de recepção do INPE em Cuiabá (MT). O download gratuito das imagens é feito a partir do site www.obt.inpe.br/catalogo

Desde junho de 2004, quando as imagens ficaram disponíveis na internet, já foram distribuídas mais de meio milhão de imagens CBERS para cerca de 15 mil usuários de várias instituições públicas e privadas, comprovando os benefícios econômicos e sociais da oferta gratuita de dados. Apenas em 2008, já foram distribuídas cerca de 110 mil imagens CBERS. Em média, têm sido registrados diariamente 650 downloads no Catálogo CBERS e a cada mês aumentam os pedidos de imagens.

Além do fornecimento de imagens de satélite, que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro, o Programa CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o crescimento do País.

Histórico
Assinado em 1988, o acordo de cooperação entre Brasil e China contemplava o desenvolvimento e construção de dois satélites de sensoriamento remoto que também levassem a bordo, além de câmeras imageadoras, um repetidor para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. Os equipamentos foram dimensionados para atender às necessidades dos dois países, mas também para ingressar no emergente mercado de imagens de satélites.

Em 2002, foi assinado o acordo para a continuação do programa, com a construção de dois outros satélites - os CBERS-3 e 4, com novas cargas úteis e uma nova divisão de investimentos de recursos entre o Brasil e a China - 50% para cada país (nos primeiros satélites a divisão foi de 70% para a China e 30% para o Brasil). Porém, para garantir o fornecimento das imagens até o lançamento do CBERS-3, previsto para 2010, o Brasil e a China decidiram em 2004 construir o CBERS-2B, lançado em setembro do ano passado.

O Programa CBERS é um exemplo bem-sucedido de cooperação Sul-Sul em matéria de alta tecnologia e é um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China. O CBERS é hoje um dos principais programas de sensoriamento remoto em todo o mundo, ao lado do norte-americano Landsat, do francês Spot e do indiano ResourceSat. Mais informações no site www.cbers.inpe.br

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