Materiais de revestimento que protegem contra fogo, água ou temperaturas extremas não são novidade. Mas uma tinta israelense de alta tecnologia não protege apenas as superfícies do sol. O SolCold realmente usa a energia do sol para ativar um mecanismo de resfriamento, fornecendo efetivamente ar-condicionado sem eletricidade.
Você leu certo: esse revestimento de duas camadas absorve os raios quentes do sol e reemite essa energia na forma de frio. Quanto mais quente a radiação solar, mais o revestimento esfria, tornando a tinta da SolCold uma solução sem eletricidade, potencialmente revolucionária, para climas intensamente ensolarados, como África e América Central e do Sul.
A startup com sede em Herzliya está arrecadando fundos e planeja iniciar os testes dentro de 18 meses após o encerramento da série A no primeiro trimestre de 2018. Dois edifícios comerciais e um residencial em Israel e Chipre aguardam o tratamento SolCold.
A tinta SolCold de camada dupla reemite a radiação solar na forma de frio. Cortesia gráfica de SolCold
Enquanto isso, o co-fundador da SolCold, Gadi Grottas, diz ao ISRAEL21c que a empresa recebeu centenas de consultas sobre pedidos e direitos de distribuição - que ele estima em cerca de US $ 100 milhões - de lugares como África, Austrália, Brasil, Bolívia, Chile, China, França, Índia , Itália, Japão, Kuwait, México, Filipinas, Turquia e Estados Unidos.
O produto da SolCold está gerando interesse em revestir qualquer coisa, de galinheiros a cargueiros, shoppings a estádios, carros a aviões, satélites a estufas, equipamentos militares a prédios de apartamentos.
Como uma empresa em estágio inicial conseguiu tanta atenção?
Sua primeira exposição ocorreu em junho de 2016, quando a SolCold foi uma das seis empresas israelenses escolhidas a dedo pelo Departamento de Estado dos EUA e pela Casa Branca para participar da Global Entrepreneurship Summit na Califórnia.
E então, em outubro de 2017, a SolCold foi finalista na competição de tecnologia profunda no Hello Tomorrow Summit em Paris.
"Estávamos no modo furtivo até julho de 2017, mas assim que recebemos um pouco de publicidade, as pessoas entraram em contato conosco às centenas, querendo distribuir o produto", diz Grottas.
Dentro das instalações de desenvolvimento da SolCold em Herzliya. Foto de cortesia
Redução de até 60% no consumo de energia
A tecnologia “anti-stokes fluorescence” por trás do SolCold foi inventada pelo engenheiro elétrico Yaron Shenhav, que se tornou cofundador e CEO da SolCold. O IP é de propriedade da empresa.
“Não temos medo de que alguém nos copie”, diz Grottas, “porque a tecnologia é muito complicada e não é familiar para muitas pessoas. Reunimos uma combinação única de conhecimentos nos mundos da termodinâmica, nanotecnologia e física quântica e trabalhamos nos últimos quatro anos. Também registramos uma patente PCT, pendente antes de ser publicada. ”
Grottas espera que o produto seja acessível e ofereça um retorno relativamente rápido do investimento. Ele explica que todos os materiais utilizados no revestimento existem no mercado, são 100% “verdes” e livres de emissões de carbono e são ativados pela energia livre do sol.
Quando testado em laboratório usando um simulador solar, o revestimento de camada dupla do SolCold resfriou um objeto em 1,2 graus Celsius (2,2 graus Fahrenheit) usando o equivalente a apenas 1% da energia solar.
"A tinta pode diminuir o consumo de eletricidade em até 60% e deve durar de 10 a 15 anos antes de precisar de uma nova demão", diz Grottas.
A equipe de gerenciamento do SolCold, da esquerda: co - fundador Yaron Shenhav, líder técnico Prof. Guy Ron e co - fundador Gadi Grottas. Foto de cortesia
Nesta fase experimental, a tinta da SolCold é azul claro, embora sejam planejadas cores adicionais, especialmente em resposta a pedidos de montadoras, diz Grottas, que foi recentemente entrevistado na África do Sul.
Um dos principais clientes do revestimento de resfriamento pode ser a criação de ovos, porque o clima quente estressa as galinhas poedeiras e reduz bastante sua produtividade.
Mas Shenhav prevê cidades inteiras em climas quentes usando o SolCold para revestir edifícios residenciais e comerciais, que consumiriam menos energia e, portanto, reduziriam as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
"Nossa tecnologia pode esfriar qualquer coisa sob o sol", disse ele.
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