Breaking News

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

AIM-9X Sidewinder: o míssil usado para derrubar óvnis nos Estados Unidos

 Mísseis AIM-9X Sidewinder foram usados por caças F-22 Raptor e F-16 Viper para derrubar OVNIs nos Estados Unidos e Canadá. Foto: Marinha dos EUA.

O mês de fevereiro foi marcado por eventos inéditos no mundo da aviação militar, com a Força Aérea dos EUA (USAF) abatendo um balão espião da China e três objetos voadores não identificados (óvnis) em menos de 10 dias. Nas quatro ocasiões a USAF usou um modelo específico de armamento: o míssil ar-ar de curto alcance AIM-9X Sidewinder. 

O uso do AIM-9 por caças F-22 Raptor e F-16 para derrubar os alvos é, na verdade, um dos poucos detalhes claros das operações ocorridas nos dias 04, 10,11 e 12 deste mês, nos EUA e Canadá. 


Ainda que seja um míssil já conhecido e usado há bastante tempo, as operações em fevereiro marcaram a primeira vez que o AIM-9X foi usado contra um balão e óvnis. 

Porquê o Sidewinder

Antes de mais nada é importante saber porquê o AIM-9 foi escolhido para derrubar os alvos. A primeira razão é a segurança. 

Ao contrário do que se pode imaginar inicialmente, o uso do canhão interno (M61 Vulcan no caso do F-16 e F-22) é mais inseguro e ineficaz que o uso do míssil. Usar o Sidewinder permite que o piloto dispare contra o alvo numa distância muito maior, tornando o engajamento bem mais seguro.


O emprego do canhão faria com que o piloto tivesse que se aproximar em alta velocidade de alvos praticamente estacionários, além de pequenos ou em altitudes muito grandes (no caso do balão chinês). Um caso do final da década de 1990 mostra que o uso desse armamento também não é tão eficaz quanto parece.

Em 1998, um balão meteorológico à deriva no Canadá foi engajado por caças CF-188 Hornet. Os aviões usaram toda as 578 munições de 20 mm dos canhões M61A2 contra o alvo, que apesar de furado seguiu flutuando por dias, conforme observa o The War Zone

Outra razão é o preço do míssil, muito menor se comparado ao AIM-120 AMRAAM de médio alcance e orientado por radar, também cogitado para derrubar os alvos. O Sidewinder também possui uma ogiva menor que o AMRAAM, o que causa menos danos nos alvos, permitindo uma coleta de inteligência melhor quando (ou se) forem recuperados. 

Principal míssil ar-ar no mundo

Embora a designação AIM-9 esteja em alta na mídia ultimamente, o armamento já um velho conhecido, sendo o principal míssil ar-ar em uso no mundo, junto com o próprio AMRAAM. É usado em combates aéreos dentro do alcance visual, e se orienta pela emissão de calor do alvo (espectro infravermelho). 


Seu desenvolvimento começa no final dos anos 1940 pela Marinha dos EUA, com base no foguete pesado Zuni, de 127 mm, entrando em serviço em 1956, como N-7 na Marinha e GAR-8 na Força Aérea, mais tarde designado AIM-9B.

O nome Sidewinder é referência à Cascavel com Chifres, que se destaca pela velocidade e precisão no bote contra suas presas. 

Seu primeiro uso em combate foi em 1958 quando caças F-86 Sabre da Força Aérea de Taiwan enfrentaram os MiGs chineses, derrubando 14 aviões em um único dia. O AIM-9B inicial só podia ser usado contra alvos à curtas distâncias e que não estivessem manobrando muito.

Só podia ser usado durante o dia e seu sensor também era atraído facilmente pelo Sol.  Com o passar dos anos o AIM-9 recebeu uma série de atualizações no motor-foguete, aletas, ogiva e outros componentes, que o tornaram mais potente, manobrável e, sobretudo letal. 

AIM-9X

O desenvolvimento da versão 9X do AIM (Air Intercept Missile) começa em 2003, tendo o AIM-9M de 1983 com base. A versão mais recente incorpora vários elementos do seu predecessor, como a ogiva anular e o motor foguete de combustível sólido ATK MK-139. No entanto, possui o empuxo vetorado, que multiplica sua capacidade de manobra, bem como um buscador (seeker) menos suscetível aos flares, contramedidas usadas para despitar mísseis guiados por infravermelho.

O míssil é fabricado pela Raytheon Technologies, mas seu projeto é gerenciado pela Marinha por meio do Comando de Sistemas Aeronavais, o NAVAIR. Ao lado do AIM-120 AMRAAM, é o principal armamento de combate aéreo dos Estados Unidos e uma série de outras forças armadas, sendo compatível com os caças F-15, F-16, F/A-18, F-22, F-35 e outros. O AIM-9X de número 10000 foi entregue em junho de 2021 para a USAF. O AIM-9X já foi exportado pra 31 países.

Graças ao seu seeker avançado, o AIM-9X é de uso dual, podendo ser empregado contra alvos aéreos ou em solo. Também pode ser disparado de plataformas antiaéreas, sem precisar de grandes modificações. O detector de alvo óptico ativo, localizado logo atrás das aletas dianteiras, detecta o alvo e aciona a ogiva de fragmentação anular, que atinge o inimigo com milhares de fragmentos em altíssima velocidade.

Sua versão mais avançada é a Block II, que segundo a fabricante, incorpora uma espoleta reprojetada e um dispositivo de segurança de ignição digital, para melhorar o manuseio e a segurança em voo. Ele é equipado com componentes eletrônicos atualizados, incluindo a capacidade lock-on-after-launch, podendo ser disparado antes do piloto obter pontaria no alvo, orientando o míssil por meio de um novo datalink. 


Mais detalhes sobre o míssil
Função primária: 
Míssil ar-ar
Fabricante: Raytheon 
Propulsão: motor foguete ATK MK-139 de combustível sólido com empuxo vetorado
Comprimento: 3,2 metros
Diâmetro: 127 mm
Peso: 85 kg 
Alcance e velocidade: sigiloso. 


Nenhum comentário: