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segunda-feira, 9 de março de 2009

Brasil quer vender mais petróleo aos EUA.

O jornal espanhol El País informa, em sua edição desta segunda-feira, que os governos do Brasil e dos Estados Unidos têm mantido contatos informais sobre o assunto. As negociações com o Brasil, segundo o jornal, teriam o objetivo de diminuir a dependência que os Estados Unidos têm do petróleo venezuelano.
"O mundo inteiro quer comprar nosso petróleo. Há uma fila para comprar nosso petróleo", disse Lobão, explicando que o Brasil tem excesso de petróleo pesado e os países precisam fazer "um mix" dos óleos pesados e leves. Ele lembra ainda que, com a exploração da camada do pré-sal, o Brasil também terá uma elevada produção de óleo leve. Edison Lobão ressalta que os Estados Unidos importam petróleo da Venezuela e de vários outros países. "Aqui, como está próximo e somos amigos, eles querem comprar", afirmou. "Temos interesse em deixar de vender? Não", acrescentou o ministro, ao chegar ao ministério.
Ele admitiu a possibilidade de o assunto ser tratado na viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará aos Estados Unidos, na próxima sexta-feira. "Eventualmente pode ter negociação na viagem", disse. Lobão informou que o tema biocombustíveis foi retirado da pauta do encontro de Lula com o presidente dos EUA, Barack Obama. "O Palácio achou melhor deixar para outro momento", disse o ministro, sem dar mais detalhes. "O que não impede Lula de falar sobre o assunto", acrescentou.
Na opinião de Lobão, se for concretizado um acordo comercial com o Brasil, os EUA não devem deixar de comprar da Venezuela, que, segundo o ministro, vende petróleo para abastecer refinarias venezuelanas nos EUA. Lobão entende que a negociação entre Brasil e Estados Unidos não irá criar problemas diplomáticos com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Ele é quem mais vende petróleo. Vende dois milhões de barris por dia, mais do que consumimos internamente no Brasil", afirmou. "O Chávez é amigo do Brasil", acrescentou o ministro.
Os Estados Unidos, na opinião de Lobão, são inclusive potenciais investidores para desenvolver a exploração de petróleo na camada do pré-sal. "Nós queremos investidores. Venham de onde vierem. E mais, os EUA são amigos do Brasil. Somos muito amigos", afirmou, acrescentando que eventuais negociações sobre compra de petróleo são distintas das conversas sobre etanol.


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