Com 9 votos favoráveis e 4 contrários, a representação brasileira no Parlamento do Mercosul aprovou nesta quarta-feira (18) o parecer do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) favorável ao ingresso da Venezuela no Mercosul. O protocolo de adesão ainda será analisado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e votado de forma terminativa pelo Plenário do Senado.
A votação havia sido adiada na reunião anterior por pedido de vista do deputado Cláudio Diaz (PSDB-RS), que apresentou um voto em separado contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul. Ele manifestou sua preocupação com a insegurança gerada pelo comportamento do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em relação ao cumprimento de contratos internacionais e a sua postura em relação aos valores democráticos.
- Não podem ser desconsideradas algumas evidências de que o presidente venezuelano deseja usar o Mercosul como uma espécie de palanque político para difundir a revolução bolivariana, o que coloca em segundo plano o pragmatismo comercial. As recorrentes críticas e ameaças de Chávez ao Congresso brasileiro, que segundo ele atende aos interesses norte-americanos, e as afirmações de que deseja um novo Mercosul já sinalizam as dificuldades adicionais para a construção de consenso no bloco a partir da entrada da Venezuela - alertou.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) discordou de Cláudio Diaz e citou as dificuldades enfrentadas pelo Rio Grande do Sul por fazer fronteira com a Argentina devido à tese de que a guerra entre os dois países seria inevitável. Com isso, a região fronteiriça do Rio Grande do Sul foi proibida de ter indústrias e até as ferrovias lá têm uma bitola diferente. O senador defendeu a união do Pacto Andino com o Mercosul e a criação de um novo e único bloco econômico latino-americano.
- O Chávez passa e a Venezuela fica - afirmou.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que é "um acinte" aprovar o ingresso no Mercosul de um país que obriga suas escolas, públicas e privadas, a ensinar o "projeto bolivariano". Ela observou que o próprio trâmite do protocolo de adesão não seguiu as regras exigidas, mas, sim, um caminho "esquisito e torto". Marisa alertou para a forma de atuação de Chávez, que sempre aposta no conflito.
- Vamos trazer para dentro do Mercosul alguém que aposta na discórdia? - questionou.
Marisa Serrano ainda relatou diálogo mantido com a repórter de uma TV iraniana que fazia a cobertura dos trabalhos do Parlamento do Mercosul. Ela perguntou à repórter qual era o interesse dos iranianos em relação ao bloco. A repórter respondeu que o presidente Hugo Chávez havia prometido ser o interlocutor do Irã com a sua entrada no Mercosul.
Os senadores Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e José Nery (PSOL-PA) defenderam a adesão da Venezuela ao Mercosul. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) propôs deixar a questão em aberto, pois o Paraguai sequer iniciou o debate a respeito do assunto e a Venezuela ainda não explicou devidamente as ofensas de Chávez ao Congresso brasileiro.
O presidente da Representação Brasileira no Mercosul, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que é um grave equívoco achar que o nacionalismo e o protecionismo podem ser a solução para a crise financeira internacional . Ele afirmou que a solução deve ser pró-convivência e pró-diplomacia, aprofundando a integração da América Latina.
- O risco existe, mas a integração de toda a América Latina vale a pena. Não vamos construir uma política de gueto - frisou.
O relator, Dr. Rosinha, disse que o discurso de ruptura de Chávez não encontra fundamento na prática, pois a Venezuela depende economicamente dos seus dois maiores parceiros comerciais: a Colômbia e os Estados Unidos. O deputado também disse que para fiscalizar os direitos humanos é preciso que a Venezuela seja membro do Mercosul. Nesse caso, observou, o país é obrigado a aceitar a inspeção de uma comissão do Parlamento do Mercosul.
Fonte: Agência Senado
A votação havia sido adiada na reunião anterior por pedido de vista do deputado Cláudio Diaz (PSDB-RS), que apresentou um voto em separado contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul. Ele manifestou sua preocupação com a insegurança gerada pelo comportamento do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em relação ao cumprimento de contratos internacionais e a sua postura em relação aos valores democráticos.
- Não podem ser desconsideradas algumas evidências de que o presidente venezuelano deseja usar o Mercosul como uma espécie de palanque político para difundir a revolução bolivariana, o que coloca em segundo plano o pragmatismo comercial. As recorrentes críticas e ameaças de Chávez ao Congresso brasileiro, que segundo ele atende aos interesses norte-americanos, e as afirmações de que deseja um novo Mercosul já sinalizam as dificuldades adicionais para a construção de consenso no bloco a partir da entrada da Venezuela - alertou.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) discordou de Cláudio Diaz e citou as dificuldades enfrentadas pelo Rio Grande do Sul por fazer fronteira com a Argentina devido à tese de que a guerra entre os dois países seria inevitável. Com isso, a região fronteiriça do Rio Grande do Sul foi proibida de ter indústrias e até as ferrovias lá têm uma bitola diferente. O senador defendeu a união do Pacto Andino com o Mercosul e a criação de um novo e único bloco econômico latino-americano.
- O Chávez passa e a Venezuela fica - afirmou.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que é "um acinte" aprovar o ingresso no Mercosul de um país que obriga suas escolas, públicas e privadas, a ensinar o "projeto bolivariano". Ela observou que o próprio trâmite do protocolo de adesão não seguiu as regras exigidas, mas, sim, um caminho "esquisito e torto". Marisa alertou para a forma de atuação de Chávez, que sempre aposta no conflito.
- Vamos trazer para dentro do Mercosul alguém que aposta na discórdia? - questionou.
Marisa Serrano ainda relatou diálogo mantido com a repórter de uma TV iraniana que fazia a cobertura dos trabalhos do Parlamento do Mercosul. Ela perguntou à repórter qual era o interesse dos iranianos em relação ao bloco. A repórter respondeu que o presidente Hugo Chávez havia prometido ser o interlocutor do Irã com a sua entrada no Mercosul.
Os senadores Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e José Nery (PSOL-PA) defenderam a adesão da Venezuela ao Mercosul. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) propôs deixar a questão em aberto, pois o Paraguai sequer iniciou o debate a respeito do assunto e a Venezuela ainda não explicou devidamente as ofensas de Chávez ao Congresso brasileiro.
O presidente da Representação Brasileira no Mercosul, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que é um grave equívoco achar que o nacionalismo e o protecionismo podem ser a solução para a crise financeira internacional . Ele afirmou que a solução deve ser pró-convivência e pró-diplomacia, aprofundando a integração da América Latina.
- O risco existe, mas a integração de toda a América Latina vale a pena. Não vamos construir uma política de gueto - frisou.
O relator, Dr. Rosinha, disse que o discurso de ruptura de Chávez não encontra fundamento na prática, pois a Venezuela depende economicamente dos seus dois maiores parceiros comerciais: a Colômbia e os Estados Unidos. O deputado também disse que para fiscalizar os direitos humanos é preciso que a Venezuela seja membro do Mercosul. Nesse caso, observou, o país é obrigado a aceitar a inspeção de uma comissão do Parlamento do Mercosul.
Fonte: Agência Senado
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