A primeira entrega do avião a etanol aconteceria em março de 2005 – coincidentemente foi também o milésimo Ipanema a ser vendido. A partir de então, a Embraer começou a oferecer também kits de conversão para etanol aos proprietários de aviões movidos a gasolina de aviação (AvGas). Até 2014, foram 269 aeronaves vendidas e 205 kits de conversão, totalizando 474 aeronaves voando a etanol.
A fonte alternativa de energia renovável, derivada da cana-de-açúcar, reduziu o impacto ambiental, os custos de operação e manutenção e, ainda, melhorou o desempenho geral da aeronave, tornando-a mais atrativa para o mercado. “Eficiente e com menor custo, o etanol foi uma alternativa que agradou aos clientes – muitos dos quais possuem eles mesmos lavouras de cana”, diz Fábio Bertoldi Carretto, Gerente Comercial da Embraer para o Ipanema. “Não por acaso, mais de 80% dos novos aviões são vendidos com essa configuração”. Hoje, cerca de 40% da frota do Ipanema em operação já é movida a etanol.
A adoção do etanol baseou-se no fato do Brasil ser um grande produtor desse combustível, que já vinha sendo usado pelos automóveis nacionais há mais de 20 anos. Menos poluente, cada Ipanema a etanol deixa de emitir por ano cerca de 20 quilos de chumbo na atmosfera. Considerando a frota total de aviões nesses 10 anos, deixou-se de emitir 51 toneladas de chumbo.
O modelo é também mais econômico: em média, o proprietário do avião a etanol gasta 25% a menos em combustível. Além disso, o combustível permite um incremento de 7% na potência, melhorando a performance da aeronave na decolagem, subida, velocidade e altitude máxima.
Produzido de forma ininterrupta há mais de 40 anos, o Ipanema já superou a marca de 1.300 unidades entregues e é líder no mercado de aviação agrícola no Brasil, com cerca de 65% de participação. Em 2013, foram vendidas 70 unidades do Ipanema para clientes do Brasil e do Mercosul.
O avião é utilizado principalmente na pulverização de fertilizantes e defensivos agrícolas, evitando perdas por amassamento na cultura e flexibilizando a operação. Ele também pode ser utilizado para espalhar sementes, no combate primário a incêndios, povoamento de rios e combate a vetores e larvas. As principais culturas que têm demandado o avião são: algodão, arroz, cana-de-açúcar, citrus, eucalipto, milho, soja e café.
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