Breaking News

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Universidade de Brasília ganha laboratório de ponta em geociências

Clique para ver todas as fotos de Universidade de Brasília ganha laboratório de ponta em geociênciasO Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB) passa a contar com um conjunto de laboratórios com equipamentos de ponta para o estudo do território brasileiro. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, participou da cerimônia de inauguração, nesta segunda-feira (28), representando a presidenta da República, Dilma Rousseff.

Os quatro laboratórios estão divididos nas redes temáticas: geoquímica, tectônica, sedimentologia e estratigrafia. No local, pretende-se desenvolver a pesquisa isotópica, que permite, por exemplo, utilizar metodologias diferenciadas para determinar a idade das rochas. Trata-se de um balizador fundamental à atividade exploratória, tanto a petrolífera quanto a de outros bens minerais.

De acordo com o coordenador Roberto Ventura, as articulações para a criação do laboratório se iniciaram em 1995 e tiveram impulso com o lançamento da Rede Nacional de Estudos Geocronológicos, Geodinâmicos e Ambientais (Rede Geochronos) pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, em 2004.

Ventura explica que o projeto possui investimentos, além da Petrobras, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio dos fundos setoriais e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros parceiros. Ele conta que a iniciativa antecipou a criação das redes temáticas pela Petrobras, voltadas para a formação de infraestrutura de pesquisa em todo o país.

Aloizio Mercadante destacou o papel estratégico da Petrobras, na área de gás e petróleo como geradora de ciência, tecnologia e inovação. Ele frisou ainda os desafios impostos ao país com a descoberta da camada pré-sal e a necessidade de desencadear grandes investimentos e equipamentos no Brasil.

Mercadante lembrou a existência de poucas empresas no país com alta capacitação tecnológica nessa cadeia. Ele também sustentou a importância de se aprofundar o debate sobre a distribuição dos royalties do petróleo e a importância do direcionamento desses recursos para pesquisa.

“São os 2% do faturamento da cadeia do petróleo da Petrobras, obrigatoriamente investidos em ciência, tecnologia e inovação, que geram toda essa rede, essas oportunidades, e devolvem à Petrobras descobertas fantásticas como o pré-sal”, ressaltou. “Isso não seria possível se os investimentos não fossem feitos nesta rede de pesquisa em que a geologia tem papel extraordinário.”

O ministro ainda explanou sobre projetos do governo federal que podem contribuir para impulsionar a pesquisa de geociências no país. Entre eles, o Ciência sem Fronteiras, que visa a oferecer 100 mil bolsas para estudantes brasileiros nas melhores instituições do mundo, além de trazer jovens talentos e pesquisadores de alto nível de várias áreas para o Brasil.

Cemaden

Para o diretor do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), também professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), Reinhardt Adolfo Fuck, o Brasil dá um grande passo para o desenvolvimento na área.

“É o laboratório de geologia isotópica mais eficiente do nosso país, com certeza da América do Sul, e é um dos melhores do mundo. Produz dados com uma velocidade incrível. Dados que são extremamente precisos e preciosos. Não só para a geologia, mas para uma multiplicidade de disciplinas que aufere a vantagem de ter essa grande obra construída aqui no Planalto Central”, disse o diretor, que participou das articulações para a construção do conjunto de laboratórios desde o início.

Na cerimônia, Aloizio Mercadante aproveitou para convidar os geólogos a atuar no Cemaden, diante da necessidade da participação desses profissionais no mapeamento geotécnico em regiões de risco. “Não basta ter a capacidade de ler as imagens dos satélites, radares, pluviômetros e hidrômetros. Nós precisamos que algum geólogo tenha subido aquele morro e saiba o quanto de chuva vai levar ao deslizamento para termos um sistema de alerta eficiente”, disse.

Segundo o ministro, houve falta de candidatos da área de geologia no concurso recentemente realizado para a contratação de pessoal para o centro. O ministério estuda a possibilidade de um novo concurso internacional para atender a demanda.

Participaram ainda da solenidade o reitor da UnB, José Geraldo, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre e o chefe de gabinete da presidência da República, o geólogo Giles Azevedo, além de representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Companhia de Recursos Minerais e Serviço Geológico, entre outras autoridades, técnicos, estudantes e pesquisadores.

Nenhum comentário: