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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Nanotecnologia possibilita sapatos mais confortáveis e sem mau cheiro

O velho problema dos odores desagradáveis em calçados esportivos está prestes a ser superado graças à nanotecnologia. Com sedes no Rio Grande do Sul e em São Paulo, a empresa Dublauto tem desenvolvido inovações em componentes para calçados e têxteis que utilizam a chamada “tecnologia das partículas anãs” com resultados promissores. Das sete patentes requeridas pela empresa, três se originaram do projeto aprovado no edital de Subvenção Econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) de 2007.

As palmilhas e outros componentes internos dos calçados têm como funções principais absorver o impacto das pisadas e manter os pés secos e com uma temperatura adequada. Com essa ideia na cabeça, os engenheiros da Dublauto, em parceria com universidades, elaboraram a linha Du Comfort, que inclui palmilhas e forros com nanopartículas que conferem ao calçado um diferencial importante no mercado: o conforto, “um dos itens que conferem mais valor agregado, tanto no mercado interno quanto externo”, afirma Evandro Wolfart, diretor de tecnologia da empresa.

A palmilha, batizada de Sequinha, é constituída de três camadas montadas em uma estrutura única, na qual é incorporada um tratamento nanotecnológico antimicrobiano, que previne o mau cheiro e até algumas doenças, como o pé-de-atleta. Já o forro Dry Soft absorve rapidamente o suor dos pés e o mantém longe do contato com a pele.

Ao mesmo tempo, microcápsulas com fragrância são liberadas continuamente, conforme o atrito natural, ao caminhar. As microcápsulas têm a função não só de evitar o mau cheiro como também agem como hidratante da pele, auxiliando nacicatrização de pequenas fissuras, na regeneração das células e na ativação da circulação sanguínea.

Pesquisas para a aplicação da nanotecnologia no setor couro-calçadista já existem no Brasil há vários anos, mas somente mais recentemente um número maior de inovações têm chegado ao mercado e ainda há um potencial grande a ser explorado. Segundo o professor Valdir Soldi, do Laboratório de Substâncias Restritivas do Instituto Brasileiro de Tecnologia de Couro, Calçados e Artefatos (IBTec), estruturado com recursos da FINEP, “embora ainda não seja usual, cada vez mais utilizam-se materiais com características estruturais menores, com o objetivo de modificar a resistência ou a estrutura”, diz.

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