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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Avançada tecnologia espacial coloca os Açores como elo de uma importante cadeia internacional

A Estação de Satélites da ESA em Santa Maria é um elo numa cadeia internacional de extrema importância na prestação de serviços, utilizando a mais avançada tecnologia espacial e abrangendo os vários segmentos destas tecnologias, desde o Space ao Ground Segment. Foi desta forma que o Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos definiu, hoje em Lisboa, o papel da estação nos Açores.
José Contente, que discursava na sessão de abertura do 4º Fórum Espacial – Dez anos de Portugal como membro da ESA, sustentou que, para os Açores, a Estação a única infra-estrutura da ESA em território português, é um "projecto qualificante e estruturante".

De acordo com o governante, "a Estação açoriana tem uma localização central no Atlântico, o que lhe confere características excepcionais para as actuais missões", quer no seguimento de veículos lançadores - Ariane 5, Soyuz e Veja -, quer na participação em missões da missão, que decorreu em Março de 2008 que colocou, com sucesso, em órbita o "Automated Transfer Vehicle" (Jules Verne Mission), pelo lançador Ariane 5, até à Estação Espacial Internacional. Em 2011 integrará as missões do segundo ATV (Johanes Keppler) e dará suporte ao lançamento da constelação Galileo, anunciou.

O Secretário Regional destacou ainda a missão complementar da Estação de recepção de dados de detecção remota com aplicações de detecção de navios e monitorização de derrames de hidrocarbonetos, entre outras aplicações, elogiando a pró-actividade da Edisoft que investiu na expansão da capacidade da Estação, associando à missão do tracking de lançadores a Observação da Terra através da recepção de imagens do Earth Observation SAR do Satélite Europeu Envisat e do Canadiano Radarsat-1.

Os serviços de monitorização e vigilância marítima apoiam o projecto CleanSeaNet, gerido pela Agência Europeia de Segurança Marítima e o projecto MARISS (Serviço de Segurança Marítima), este último parte do programa Global Monitoring for Environment and Security (GMES) da UE. Portugal, através dos Açores, "desempenham um assim um papel central", através do recurso à tecnologia espacial.

No Pavilhão do Conhecimento, José Contente destacou outro dos projectos em curso na Região, a Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE), que utiliza as técnicas VLBI aplicadas à astronomia, à geodesia e à geofísica.

A propósito, referiu, "os resultados fundamentais que se obtiveram para estabelecer os sistemas de referência e dos parâmetros de rotação da Terra, que são requeridos para o funcionamento dos sistemas espaciais de navegação e posicionamento global; a cooperação internacional obrigatória, que é imposta pelas técnicas da VLBI; e a particularidade da situação geográfica e tectónica dos territórios peninsulares e insulares de Espanha e Portugal", levaram o Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, e o Instituto Geográfico Nacional de Espanha, a celebrarem um protocolo com vista ao estabelecimento da RAEGE.

Para os Açores, sublinhou o governante, o GMES (Global Monitoring for Environmental and Security) é tido como um projecto estratégico da União Europeia e, após o GALILEO, é o segundo grande desafio em termos espaciais nos quais a Região está envolvida.

Atendendo a que no GMES vão estar em breve disponiveis os satélites Sentinel, dos quais um deles é completamente virado para a observação do Mar, e sendo os Açores uma Região Atlântica onde a Europa chega mais longe para Ocidente, o Governo açoriano considera ser muito importante que a estação de Santa Maria se transforme em estação GMES para receber os dados directamente destes satélites, sobretudo o de observação marítima.

Todos estes projectos representam, nas palavras do Secretário Regional, "mais um passo na caminhada científica e tecnológica que os Açores estão a percorrer e, neste caso, mais uma vez potenciando a sua centralidade Atlântica e aproveitando o seu enquadramento geodinâmico", e promovem novas oportunidades de emprego qualificado, permitindo, consequentemente, o aumento da atractividade do arquipélago, através da ciência e da tecnologia, para a fixação de quadros e novas empresas.

O membro do executivo açoriano concluiu a sua intervenção afirmando que "perante as políticas de inovação e seus instrumentos, o espaço é cada vez mais valorizado e está no centro das nossas atenções, no contexto dos esforços, para reforçar o crescimento económico e reforçar a competitividade regional, bem como para criar oportunidades de emprego".

GaCS/VS

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