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sábado, 6 de março de 2010

Internacionalização da biotecnologia nacional será debatida na 4ª CNCT


Levar a biotecnologia brasileira ao reconhecimento internacional. Esse é um dos desafios do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para os próximos 12 anos. O assunto será tema de debates na 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT), de 26 a 28 de maio, em Brasília.

Hoje (5), em reunião no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT), em Brasília, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do MCT, Luiz Antonio Barreto de Castro, disse que pretende trazer ao evento especialistas internacionais para discutir o assunto. “A biotecnologia nacional ainda não chegou ao mundo. Precisamos instrumentos efetivos para tornar isso possível”, disse. Participaram do encontro representantes do MCT, do setor industrial e universidades.

De acordo com o secretário, é difícil imaginar como estará a biotecnologia brasileira em 2022. Ele acredita que os especialistas internacionais trarão tópicos relevantes para orientar o Brasil na busca de mecanismos para a internacionalização do setor. Barreto de Castro destacou temas que necessitam maior atenção na Conferência como interação entre academia e indústria, financiamentos de pesquisas, marcos regulatórios e formação de recursos humanos.

Em relação aos marcos regulatórios, o vice-presidente de estudos e planejamento da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), Marcos Oliveira, defende que essa questão precisa acompanhar o desenvolvimento biotecnológico, principalmente no que se diz respeito à regulação de propriedade intelectual. Segundo ele, a patenteabilidade evoluiu no País, mas o processo de certificação de produtos ainda é complexo. O secretário do MCT concorda com Oliveira. Para Barreto, além do problema de certificação, falta política para que o inventor da patente se beneficie do projeto.

A dificuldade de formação de recursos humanos bem qualificados na área de biotecnologia foi a reclamação dos representantes da área científica. O professor da faculdade de medicina de Ribeirão Preto, Célio Lopes Silva, disse que é preciso uma maior interação entre o Ministério da Educação (MEC), universidades e indústrias para a melhoria da qualificação profissional.

A professora do departamento de bioquímica da Universidade de São Paulo (USP), Mari Cleide Sogayar, sugere o incentivo na área desde o ensino médio. Ela conta que, em São Paulo , escolas públicas e particulares têm a disciplina na grade curricular. “No curso, os alunos aprendem a fazer transformação em bactérias e clonagem. Eles têm uma noção de geração de transgênico”, explicou Mari.

Essas questões serão levadas à 4ª CNCT, que analisará os programas e resultados do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2007-2010 (PAC,T&I) e encaminhará sugestões para a formulação de uma Política de Estado que tenha como foco o desenvolvimento sustentável.

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