O presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, elogiou a preparação da África do Sul para a Copa do Mundo da FIFA 2010 em um evento especial realizado em Durban para celebrar a contagem regressiva de 100 dias para o pontapé inicial do torneio, no dia 11 de junho.
Durante a visita ao recém-construído Estádio de Durban, que será palco de uma das semifinais do Mundial, Blatter declarou estar impressionado com o local, que já é considerado uma das melhores arenas do continente africano.
Também participaram do evento o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, o presidente em exercício da África do Sul, Kgalema Motlanthe, o presidente da Confederação Africana de Futebol e do Comitê da Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010, Issa Hayatou, o presidente do Comitê Organizador Local (COL), Irvin Khoza, e o CEO do COL, Danny Jordaan.
Em conferência de imprensa realizada no estádio, o presidente da FIFA abordou uma série de questões e reiterou apoio à África do Sul, que entra na fase decisiva dos preparativos para receber a maior competição do futebol internacional. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Sobre o primeiro Mundial em solo africano
A Copa do Mundo da FIFA na África é uma história de amor entre mim e o continente africano, que começou quando eu era diretor técnico da FIFA. Essa história de amor passou por muita coisa durante muito tempo, percorrendo o seu caminho com confiança e segurança, mas também com paciência. Quando o país ganhou o direito de sediar o Mundial, havia muito trabalho a fazer. Tivemos de convencer as pessoas de que um dia devolveríamos algo à África, continente que tanto deu ao mundo e ao mundo do futebol.
Estou muito orgulhoso e feliz que essa história de amor esteja terminando em casamento. Agora faltam apenas 100 dias, mas o romance remonta ao dia 17 de maio de 1998, quando eu estava concorrendo à presidência da FIFA pela primeira vez e afirmei que precisávamos trazer a Copa do Mundo da FIFA para a África. É por isso que estou falando em paciência. A África do Sul não ganhou a primeira chance em 2000, perdendo para a Alemanha por um voto, mas teve paciência e perseverança para conquistar o direito de organizar o Mundial em 2004.
Sobre o legado de Nelson Mandela
Quando Madiba, um monumento vivo da África do Sul, foi a Zurique no dia 15 de maio de 2004, um sonho se realizou. Foi ele o homem quem sempre acreditou que este país organizaria uma Copa do Mundo de sucesso. Era o sonho dele, e hoje o sonho está vivo. A população africana acredita no Mundial e muitas pessoas do mundo todo querem que o torneio tenha êxito.
Sobre dúvida e ceticismo
Por que algumas pessoas da comunidade não acreditam no sonho? Façamos o Mundial e voltemos a conversar no final de julho. Alguns levantaram dúvidas, mas nunca houve questionamentos antes ou ao longo do projeto. Nunca mudamos de ideia, nunca questionamos a nossa decisão.
Sobre o legado para a África
Sempre afirmamos que o Mundial pode e deve deixar um legado para o continente africano. Um dos projetos que sustenta essa causa é o Win in Africa with Africa, para o qual a FIFA reservou um orçamento de 70 milhões de dólares a serem empregados em diversas iniciativas, como a construção de gramados para a prática do futebol em toda a África. Temos também os centros Football for Hope, que funcionarão em vários países africanos. O programa começou a ser implementado aqui na África do Sul, com a inauguração de um belo centro comunitário em Khayelitsha, na Cidade do Cabo.
Com a palavra, os anfitriões
Kgalema Motlanthe reiterou o sentimento de Blatter e foi rápido em reafirmar o compromisso do país em cumprir com os seus encargos. "Ainda há muito trabalho a fazer antes do dia 11 de junho", afirmou. "Finalizamos os estádios e agora temos de nos concentrar em aspectos como o deslocamento dos torcedores durante o torneio e a recepção dos visitantes. Precisamos garantir que as pessoas reconheçam o nosso espírito de ubuntu e se sintam em casa."
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