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sábado, 27 de junho de 2009

Satélites do Inpe vão monitorar mais uma harpia na Mata Atlântica


Depois de um ano monitorando por satélite os vôos de um gavião-real nas matas de Porto Seguro (BA), os técnicos preparam a soltura de mais uma ave na região. Maior águia das Américas, também é conhecida como harpia, o monitoramento da espécie ameaçada de extinção na Mata Atlântica é feito por meio dos satélites SCD e Cbers, operados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT). A primeira a receber o transmissor de dados em área de Mata Atlântica é uma fêmea resgatada pelo Ibama-Eunápolis e solta no Parque Nacional do Pau-Brasil, em maio de 2008, como parte das ações do Projeto Harpia Mata Atlântica, inserido no Programa de Conservação Gavião-Real. Está prevista para o dia 18 de agosto a soltura de mais uma harpia com transmissor de dados na mesma região. A tecnologia implantada combina o esforço de quatro instituições públicas – Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa/MCT), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Projeto Harpia na Mata Atlântica também conta com a estrutura logística e financiamento da empresa Veracel Celulose, por meio da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, e com a parceria das organizações S.O.S. Falconiformes e ABFPAR. A ave tem um anel metálico (anilha) numerado e um implante subcutâneo (microchip) com um código de identificação específico para leitura à distância, permitindo a identificação do animal sem que seja necessário o seu manejo direto. Um radiotransmissor permite acompanhar sua movimentação por meio da captação de seus sinais no campo. Um segundo radiotransmissor com GPS acumula as informações de posicionamento e está programado para transmiti-las por intermédio do sistema de coleta de dados dos satélites do Inpe. Assim, os satélites permitem que os pesquisadores acompanhem dia a dia por onde a harpia voa e caça nas matas baianas. O monitoramento via satélite da harpia deve continuar por mais dois anos, gerando informações sobre sua movimentação na floresta atlântica e nos mosaicos formados pelas matas e áreas cultivadas, bem como a distância de dispersão desta espécie nesta região. Os resultados do primeiro ano de monitoramento mostram que ela voou muito além do Parque, usando uma área equivalente a duas vezes o tamanho da reserva. Este projeto pretende dar subsídios a programas de manejo e conservação da espécie no bioma da Mata Atlântica. Para os pesquisadores, já foi possível comprovar a necessidade da ampliação do Parque Nacional do Pau-Brasil, incluindo as matas da região leste de seu entorno, onde a harpia passou a maior parte do tempo. O aniversário de um ano de monitoramento da harpia motivou a realização de um concurso para escolha de um nome para a ave, do qual participaram alunos das escolas indígenas da região. O nome escolhido foi Katũbayá, que significa “mãe da mata” em pataxó, sugerido pelo aluno Mateus Lira, da E.I. Pataxó Aldeia Velha. A harpia Katũbayá foi a segunda no Brasil a receber um radiotransmissor equipado com GPS para rastreamento de sua movimentação - antes foi rastreada por satélite uma na Amazônia -, mas a primeira a ser marcada e monitorada na Mata Atlântica.

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