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sábado, 28 de março de 2009

Parque Nacional do Iguaçu: paraíso de biodiversidade preservado

Fauna e flora do Parque Nacional do Iguaçu e formação geológica e “lendária” das Cataratas do Iguaçu

Mais de 500 espécies, entre borboletas e aves, e dezenas de outros animais, aliadas a uma flora igualmente exuberante, fazem do Parque uma das principais reservas de biodiversidade do Planeta, atraindo turistas e pesquisadores

O Parque Nacional do Iguaçu, criado pelo Decreto 1.035, no dia 10 de Janeiro de 1939, localiza-se no extremo-Oeste do Paraná e possui uma flora e fauna exuberantes, encantando visitantes de todo o mundo.

A fauna é de expressão rara e representativa. Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, até o momento foram identificadas 257 espécies de borboletas, 18 espécies de peixes, 12 espécies de anfíbios, 41 espécies de serpentes, 8 de lagartos, 3 de quelônios, 348 de aves e 45 de mamíferos. Entre as aves, destacam-se tucanos, gaviões, beija-flores, papagaio-do-peito-roxo e gaviões. As milhares de borboletas que habitam o local dão um colorido a mais ao cenário. A riqueza de biodiversidade não pára por aí. A fauna do PNI conta, ainda, com onça pintada, jaguar, anta, veado-mateiro, capivara dentre outros animais.

A flora do Parque, por sua vez, é composta, basicamente, por floresta estacional semidecídua e mata de araucária, que formam a cobertura contínua de vegetação, parecendo um gigantesco manto verde de valor incalculável como banco genético para futuros reflorestamentos. Nas trilhas, o visitante encontrará tranqüilidade, ar e muita bioenergia, proporcionadas pela mata densa, formada por árvores de grande porte, como as figueiras bravas, imbuias, canelas, pau marfim, jerivás e palmitos. Outras espécies chegam a atingir 30 metros de altura, como a grapia, o louro, o angico, o cedro, a peroba, a canafístula, os ipês, a timbaúva e o alecrim.

As árvores de menor porte constituem o estrato intermediário, com xaxim, palmito, laranjeira-do-mato e caucho. Gramíneas, samambaias, ervas e arbustos cobrem o solo. Epífitas como as bromélias, orquídeas, aráceas e lianas espalham-se até o dossel. A vegetação de várzea é representada por materiais de taquara e taquaruçu, além de palmeiras de macaúna e gramíneas típicas de banhado.

Numa área a leste do Parque sobrevive a Floresta com Araucárias, tendo como principal espécie o pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia), símbolo maior do Paraná e outrora abundante em todo o Estado. Na mata vivem espécies protegidas pelas grandes árvores, como a Casca d´anta e a Erva Mate. No pinheiral adulto encontram-se o Jerivá, a Guajuvira e a Uvaia.

Destaque
As Cataratas do Iguaçu (a palavra Iguaçu significa "água grande", na etimologia tupi-guarani), maior atrativo do Parque, são formadas por quedas isoladas que podem chegar a quase 300, dependendo do volume de água do rio Iguaçu. Em períodos de cheia, reduzem até para menos de 20 quedas. O rio Iguaçu nasce próximo a Serra do Mar, em Curitiba, e percorre todo o Estado do Paraná, numa extensão aproximada de 1.300 km. A foz do rio ocorre a 18 quilômetros depois das Cataratas, onde deságua no rio Paraná. Esse encontro de rios forma uma tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O acesso ao Parque é feito a partir de Foz do Iguaçu, pela BR-469, até as Cataratas.

Após uma ampla curva e uma corredeira, o leito principal do rio, onde está a fronteira dos dois países, precipita-se na profunda fenda de erosão, formando a Garganta do Diabo. O rio Iguaçu chega a medir 1.200 metros de largura acima das Cataratas, estreitando-se até 65 metros no canyon formado após as quedas. A extensão das Cataratas é de 800 metros no lado brasileiro e 1.900 no lado argentino.

Os grandes saltos das Cataratas do Iguaçu são 19, sendo que a sua disposição, concentrados principalmente no lado argentino (16), ou seja, voltados para o Brasil, o que proporciona a melhor vista para quem observa de terras brasileiras.

A altura das quedas varia de 40 a 82 metros. Contudo, o que mais chama a atenção é o volume de águas. A vazão média é 1.500 metros cúbicos por segundo, chegando a 8 vezes esse volume em períodos de cheia do Rio Iguaçu.

A Lenda das Cataratas do Iguaçu
Conta-se que os índios Caigangues, que habitavam as margens do Rio Iguaçu, acreditavam que o mundo era governado por M'Boy, um deus que tinha a forma de serpente e que era filho de Tupã. O cacique dessa tribo tinha uma filha chamada Naipi, tão bonita que as águas do rio paravam quando a jovem nelas se mirava. Devido à sua beleza, Naipi era consagrada ao deus M'Boy passando a viver somente para o seu culto. Havia, porém, entre os Caigangues, um jovem guerreiro chamado Tarobá que, ao ver Naipi, por ela se apaixonou.

No dia da festa de consagração da bela índia, enquanto o cacique e o pajé bebiam cauim e os guerreiros dançavam, Tarobá aproveitou e fugiu com a linda Naipi numa canoa rio abaixo, arrastada pela correnteza. Quando M'Boy percebeu a fuga de Naipi e Tarobá, ficou furioso. Penetrou então nas entranhas da terra e, retorcendo o seu corpo, produziu uma enorme fenda que formou uma gigantesca catarata. Envolvidos pelas águas, a canoa e os fugitivos caíram de grande altura, desaparecendo para sempre.

Segundo a lenda, Naipi foi transformada numa rocha e Tarobá numa palmeira debruçada sobre a garganta do rio. Observando bem, nota-se que os dois apaixonados permanecem juntos para sempre, porém sob a vigilância eterna do deus vingativo que se esconde numa gruta sob a Garganta do Diabo.

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