No dia do 78° aniversário do Correio Aéreo Nacional (CAN) terminava na longínqua comunidade de Estirão do Equador, na fronteira com o Peru, a primeira missão do CAN na linha Juruá-Solimões em 2009. De 8 a 12 de junho, uma equipe de saúde do Hospital de Aeronáutica de Manaus (HAMN) percorreu as cidades amazonenses de Anori, Itamarati, Envira, Ipixuna e o distrito de Estirão do Equador, em Atalaia do Norte, prestando atendimento médico e odontológico às suas populações.Embora essas cidades tenham uma boa infra-estrutura de saúde, a falta de médicos é patente. Segundo o secretário de saúde de Itamarati, Clóvis Rocha Freitas, o estado do Amazonas tem cerca de seis mil médicos, com menos de mil trabalhando nos 61 municípios do interior. A distância e o isolamento são apontadas como as principais causas para a escassez desses profissionais. “Foi a primeira vez que muitas pessoas consultaram com um especialista. Nós temos muita dificuldade com médicos no município. A vinda da Aeronáutica é uma luz no fim do túnel, significa muito para a população”, agradece Freitas.
Em todos os municípios, famílias inteiras aproveitaram para consultar com os médicos da FAB nas especialidades de dermatologia, pediatria, ginecologia, clínica geral e odontologia. “Eu viajei uma noite inteira de rabeta com os meus filhos para consultar com os médicos da Aeronáutica. É muito bom saber que tem alguém olhando pela gente”, diz a agricultora Maria Marta dos Santos Gama, 29 anos, moradora do interior de Envira que nunca tinha feito um exame preventivo do colo do útero.“Quantas mães vão dormir tranqüilas essa noite!”, exclama o presidente da Câmara de Vereadores do município, Raimundo Jorge Barbosa Pinheiro, referindo-se à grande quantidade de atendimentos a crianças no dia em que a FAB passou na cidade.No feriado de Corpus Christi, 11 de junho, a equipe atendia a população de Ipixuna no posto de saúde da cidade, quando uma senhora aparece assustada buscando ajuda para o sobrinho recém-nascido que passava mal no hospital. O grupo foi até lá e encontrou a criança convulsionando no colo da mãe. Ainda sem nome, o menino não tinha mamado desde o parto difícil, no dia 10, e estava com contrações involuntárias recorrentes. Eles o medicaram e acionaram uma Missão de Misericórdia (MMI) para transportá-lo até Cruzeiro do Sul, no Acre, onde poderia ter um tratamento mais adequado. Também foi nessa viagem a dona de casa Francisca Braga, que teve uma fratura no fêmur e precisava de tratamento especializado.
A expectativa da comunidade ribeirinha e de militares do Pelotão de Fronteira (PEF) do Exército Brasileiro e da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) de Estirão do Equador quase foi frustrada no dia 12 de junho, último dia de missão, em que se comemora o Dia do Correio Aéreo Nacional. A metereologia estava desfavorável, e o pouso só foi possível pela habilidade dos pilotos do Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo (7º ETA), que, depois de analisarem a situação por mais de 30 minutos, encontraram uma rota segura para chegar à pista.Em Estirão do Equador, a equipe atendeu o efetivo da COMARA e percorreu cerca de 50 minutos de voadeira pelo rio Javari para alcançar a comunidade que vive junto ao PEF.O profissionalismo, a boa vontade e o entusiasmo dos pilotos e de toda a equipe que atendeu mais de 1300 pessoas nessa missão CAN confirmam as palavras do comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito, na Ordem do Dia alusiva ao Dia do Correio Aéreo Nacional e da Aviação de Transporte. “É o espírito dos pioneiros do CAN que se perpetua, levando, em cada decolagem, as sementes da inclusão social, da solidariedade, do alcance humanitário e da integração nacional.”
Fonte: VII COMAR
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