Louis Braille, inventor da técnica de leitura e escrita em relevo, é homenageado este ano, em selo comemorativo que lembra o bicentenário do seu nascimento. Criado no povoado rural de Coupvray, a 40 quilômetros de Paris, ele tinha apenas 15 anos quando criou o método de comunicação utilizado até hoje na alfabetização de cegos em todo o mundo.
A cerimônia de lançamento oficial do selo será realizada no Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro, na quarta-feira, dia 22. No mesmo dia, terá início seminário sobre as diferentes metodologias didático-pedagógicas de atendimento a crianças e jovens com múltipla deficiência.
No Brasil, o sistema braille começou a ser ensinado em 1854, no Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant, vinculado ao Ministério da Educação. O primeiro professor do novo método no Brasil foi José Álvares de Azevedo, filho do poeta Manoel Álvares de Azevedo. Cego desde o nascimento, ele foi enviado pela família para estudar na França. Ao voltar ao Rio, passou a ensinar a filha do médico do imperador D. Pedro II, que era cega. Pouco tempo depois, o educandário para cegos foi criado.
“Estamos comemorando o nascimento de um benfeitor da humanidade, de alguém que criou um sistema de leitura, lazer e trabalho para os cegos, dando a eles o significado de cidadania”, diz Maria da Glória de Souza Almeida, vice-diretora do IBC. “O sistema braille foi o primeiro grande passo da inclusão da pessoa cega na educação brasileira. E o Brasil desempenha papel de destaque na América Latina.”
O Imperial Instituto dos Meninos Cegos, que em 1891 passou a se chamar IBC, e é a escola de cegos mais antiga da América latina. O segundo centro especial para cegos no Brasil é o Instituto São Rafael, de Belo Horizonte, criado em 1920.
Somente em 1949, ocorreu a inserção dos cegos na escola regular. “O IBC é a matriz da educação especial no Brasil. Ele foi criado em 1954, ano da universalização do sistema braille”, lembra Maria da Glória.
Diário — Louis Braille ficou cego aos três anos, ao ferir o olho esquerdo na oficina do pai, fabricante de arreios e selas. Uma infecção provocou a cegueira total. Aos sete anos, ele foi matriculado na Instituição Real para Crianças Cegas, na França, mas achava “lento e não prático” o método de leitura desenvolvido pelo professor Valentin Haüy. À época, escreveu em seu diário: “Se meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma”.
Em 1829 já era professor do instituto em que estudara, quando publicou seu método exclusivo de leitura, o sistema braille.
O selo impresso com a imagem de Louis Braille foi produzido na Casa da Moeda do Brasil para a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). A tiragem é de um milhão de unidades. Os selos serão comercializados até 2012.
A inscrição para o 2º Seminário Nacional sobre Deficiência Múltipla custa R$ 50. Mais informações na página eletrônica do IBC. Assessoria de Comunicação Social -->
Palavras-chave: Educação Especial, leitura, escrita, relevo, Louis Braille
sábado, 18 de abril de 2009
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